Workshop: Princípios Atuais para uma Clínica Ética.
No cenário contemporâneo da saúde mental e da educação, torna-se imperativo que as práticas clínicas sejam orientadas por princípios éticos robustos e verdadeiramente centradas na pessoa atendida. Esse alinhamento não é apenas desejável — é uma exigência para intervenções efetivas, socialmente validadas e culturalmente sensíveis.
Objetivo:
Refletir e aprofundar os princípios contemporâneos da Análise do Comportamento em contextos clínicos, com foco em compaixão, responsividade, assentimento, validação social, orientação ao trauma e sensibilidade cultural, promovendo práticas éticas centradas no cliente.
Manhã de teoria e tarde de prática! O objetivo é não apenas transmitir conhecimento, mas promover transformação de práticas a partir da vivência crítica e colaborativa.
1. ABA Centrada no Cliente:
Uma abordagem centrada no cliente pressupõe que as intervenções em Análise do Comportamento Aplicada sejam sensíveis aos valores, repertórios, necessidades e contextos individuais. Vai além da padronização de protocolos, enfatizando a escuta ativa e o ajuste responsivo como pilares da efetividade clínica e do respeito ético.
2. Compaixão e Responsividade:
A qualidade da relação terapêutica impacta diretamente nos desfechos clínicos. Compaixão, aqui, não é um adorno afetivo, mas um componente técnico que favorece o engajamento, a permanência e o progresso.
Responsividade, por sua vez, envolve monitorar e adaptar continuamente as intervenções com base nas reações do cliente.
3. Assentimento e Consentimento:
As práticas éticas demandam respeito à autonomia e ao direito de escolha do cliente, considerando seu nível de desenvolvimento, repertório verbal e capacidade de compreensão. Consentimento e assentimento não devem ser tratados como meras formalidades, mas como processos contínuos de engajamento e respeito mútuo.
4. Intervenções Culturalmente Responsivas:
A clínica não é neutra. Considerar marcadores sociais, pertencimentos culturais e desigualdades históricas é essencial para garantir a relevância e a legitimidade social das práticas aplicadas. Uma intervenção só é verdadeiramente eficaz se for também culturalmente ajustada e validada por quem a recebe.
5. Prática Orientada ao Trauma:
A literatura recente destaca a importância de intervenções informadas pelo trauma como fundamento da clínica contemporânea. Isso implica reconhecer que parte significativa dos comportamentos pode estar enraizada em experiências adversas e que a intervenção precisa ser segura, cuidadosa e não re-traumatizante.